quarta-feira, 17 de julho de 2013

SOBRE O QUE VEM DEPOIS

Nos teus braços eu só procuro um bom motivo pra te pertencer. Um abraço na multidão depois um beijo escondido, that's the way we like.
Amor saindo dos meus poros, o cheiro de podre da paixão anterior dificulta a respiração.

A corrosiva voz das lembranças sopra em meus ouvidos as coisas insanas que eu já deveria saber.

-Daqui a dois meses isso vira amor, meu bem, então aproveite o intervalo.  

O tempo que o tempo tem sempre é muito pouco para o pouco do muito que vem logo em seguida, antes viesse antes e não deixasse depois. O depois chuta o estômago: confunde os caminhos: cega os olhos: quase mata: É isso: o bom vem antes, o depois é a rotina, é o corriqueiro do cotidiano, o pó acumulado na estante dos bibelôs que ninguém toca.

Não vamos fingir eternidade, pois o encanto, por vezes, acaba no final da segunda página e o nosso livro, coração, parece tão pequeno assim de perto. 

Viveremos em cada frase, triunfaremos sobre cada palavra, gozaremos as sílabas e morremos juntos no ponto final. E no final - finalmente - saberemos que “Amor é o que vem depois” de dois meses. 

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